13 de fevereiro de 2010

Projeto Ylu Brazil prepara vivência musical para março

ATENÇÃO! Para melhor adequação dos participantes, houve alteração de data e local


O projeto Ylu Brazil apresenta mais uma novidade: um workshop de percussão.

No dia 14 de março (domingo), das 17 às 19 horas, o músico Afonsinho Menino comandará uma vivência prática e muito dinâmica fazendo uso de vários instrumentos, entre eles: cuíca, afoxé, xequerê, tambor de folia, pandeiro e tumbadora.


Ao final do workshop, será sorteado um brinde entre os participantes.

As inscrições serão feitas no dia, meia hora antes do início da atividade. Mais informações podem ser solicitadas por e-mail: ylubrazil@gmail.com.


Serviço
Vivência percussiva, com Afonsinho Menino
Quando: dia 14 de março (domingo), das 17 às 19 horas
Onde: Bar Lua Nova - Rua Conselheiro Carrão, 451 (esquina com R. 13 de Maio) - Bexiga

Renata Gobatti

11 de fevereiro de 2010

Sublime simplicidade...

Homenagem à Pena Branca, sertanejo de raiz


A terra perdeu um pouco do sabor com a morte de José Ramiro, o Pena Branca. Aos 70 anos, o cantor deixou calada sua viola e muitas lembranças das modas que tocava com o capricho e a simplicidade de seu coração caipira.

Entre tantas apresentações por todo Brasil, esteve em 2007 no Sesc Bauru. No camarim, conheceu o percussionista Afonsinho Menino – que fazia parte da banda de forró Xamego Zen (de Lins) e subiria ao palco após o show de Pena Branca.

“Neste encontro, ele me disse: Menino, não pára não! Continua fazendo o que faz, porque tem gente que precisa de nós”, relembra Afonsinho. Para ele, a morte de Pena Branca representa uma grande perda para a música brasileira e mundial.



Pena Branca e Afonso Menino - Bauru, 2007



“Seu jeito simples de cantar, de forma original, enriqueceu a grande música brasileira. Ele é um músico que manteve esta forma de tocar a música de raiz, ou melhor, a música que vem do chão. Com ele aprendi não esquecer de onde eu vim, das minhas raízes”, completa Afonsinho Menino.


Vida “enviolada”

Nascido em 1939, no município de Igarapava (interior paulista), logo mudou com a família para Uberlândia (Minas Gerais), onde passou boa parte da infância e juventude, trabalhando na roça ao lado do pai e outros cinco irmãos, entre eles Ranulfo Ramiro.

Em 1962, começavam sua carreira de cantor, retornando a São Paulo seis anos depois, para seguir a vida artística. Muitos foram os nomes da dupla - José e Ranulfo, Peroba e Jatobá, Xavante e Xavantinho – até chegarem à denominação que os tornou conhecidos em todo Brasil.

Pena Branca e Xavantinho lançaram seu primeiro LP, “Velha Morada”, em 1980, com composições de Xavantinho em sua maior parte, além de canções folclóricas como Calix Bento e uma gravação de Cio da Terra, de Milton Nascimento e Chico Buarque.

Outros discos foram lançados, num total de dez, repetindo a fórmula que misturava música caipira, folclórica e MPB, ganhando popularidade. “Eles foram heróis da resistência caipira. Eles inovaram ao gravar outros tipos de música, como Cio da Terra, e até composições de Ataulfo Alves, com aquele jeito puro da música caipira”, afirma Rolando Boldrim.

Em 1990 ganharam o Prêmio Sharp de melhor música ("Casa de Barro", de Xavantinho e Moniz) e melhor disco ("Cantado do Mundo Afora"). O sucesso inspirou outros artistas urbanos, enchendo a MPB do ''sabor da terra''.



Pena Branca colocou sotaque caipira em vários sucessos da MPB que regravou


Com a morte de Xavantinho, em 1999, Pena Branca seguiu adiante com sua bandeira, gravando mais três discos-solo, continuando nessa seara o respeitável e importante registro do cancioneiro caipira. “Cantei muito com os dois, e tenho orgulho de tê-los descoberto naquela orquestra de violeiros em Guarulhos e vê-los deslanchar na carreira. Vai ser difícil aparecer algo parecido na música”, afirma a apresentadora e cantora Inezita Barroso.


Renata Gobatti
Fotos: Arquivo pessoal de Afonso Menino