26 de janeiro de 2010

Viagem através do universo percussivo

Afonsinho Menino é luthier há mais de 20 anos. Hoje, cria e recria instrumentos de percussão



Percussionista e luthier, Afonsinho Menino tem mais de duas décadas de dedicação à música. Na arte de confeccionar instrumentos, um de seus primeiros mestres foi Luiz Mauro Lumumba, no fim dos anos 80. Depois, partiu em sua viagem particular, visitando culturas, conhecendo outros mestres e traçando novas rotas para suas redescobertas percussivas.

“Fui aprender luthieria inicialmente para dar manutenção nos meus próprios instrumentos, que quebravam. Depois, vi que esta arte me proporcionava um aprendizado diferente, enriquecendo meu trabalho como percussionista e músico”, afirma Afonsinho.



Lumumba foi o primeiro mestre luthier de Afonsinho Menino


Além de construir e recriar instrumentos, Menino também ensina sua técnica em cursos, oficinas e workshops. Desde 1989, esteve difundindo a luthieria em cidades como São Paulo, Bauru, Santo André, Birigui, Ribeirão Preto, Lins, São Carlos, Cafelândia, Lençóis, Guaimbé e Limeira, muitas vezes a convite da Secretaria Estadual de Cultura e do Serviço Social do Comercio – Sesc.


Oficina realizada no Sesc Bauru

Um bom exemplo disso foi o projeto Zabumbando, realizado em Bauru, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, entre 1999 e 2000. Na ocasião, capacitou jovens de dois bairros: Geisel e Otávio Rasi. Uma mistura de construção de instrumentos, ritmo e dança afro-brasileira e boi-bumbá, que culminou no desfile do Bloco Zabumbando, no Carnaval da cidade.

Em sua vivência, Afonso Menino diz que reconheceu a própria cultura durante estudos dos mais diversos ritmos e instrumentos percussivos. “Os tambores estão presentes em praticamente todas as sociedades humanas”. Hoje, são muito mais que uma soma de madeira, pele e amarras; são símbolos da resistência e da intercomunicabilidade cultural presente em todo Planeta.




Renata Gobatti

15 de janeiro de 2010

Muitas cores no meu xequerê










Fotos: Renata Gobatti

Oficina se transforma numa grande brincadeira

Com os instrumentos em mãos, participantes integraram uma ciranda orquestrada com os xequerês que produziram



A criatividade individual dos alunos da Oficina Ylu Brazil deu o tom da produção dos xequerês. Cada instrumento ficou com uma cara diferente; uns com mais, outros com menos miçangas – o que influenciou no resultado final: o som.

“É como uma identidade que cada pessoa desenvolve no trato visual”, afirma o oficineiro Afonsinho Menino.

Logo após a finalização da confecção dos xequerês, uma ciranda foi formada com os próprios alunos, no dia 9 de janeiro. A brincadeira rolou solta e os participantes puderam extrair os primeiros acordes de seus instrumentos.


Alguns participantes aproveitaram a oportunidade para mostrar instrumentos criados com os mais diversos materiais.

Corneta de xuxu

Trombone de tubos de papelão


Violino de lata

Renata Gobatti

Adultos e crianças aprendem a arte de construir xequerê

Oficina Ylu Brazil foi oferecida gratuitamente no Sesc Pinheiros, dias 9 e 10 de janeiro, com recorde de público



Quase 60 pessoas participaram gratuitamente da primeira oficina Ylu Brazil de 2010, realizada nos dias 9 e 10 de janeiro, no Sesc Pinheiros.


A arte de confeccionar xequerês foi ensinada pelo percussionista e luthier Afonsinho Menino


Nos dois dias, o público participante foi bastante diversificado: pais levando seus filhos, casais e amigos compartilhando a experiência com crianças, jovens, adultos e idosos. Uma ótima opção para as férias.

Para Rosineide Rodrigues da Silva, funcionária da USP: “foi uma experiência única participar da oficina, aprender e fazer meu primeiro xequerê. Agora só preciso comprar materias pra colocar a mão na massa. O xequerê é uma ótima opção de presente", afirma.


A medida que os trabalhos eram finalizados, os participantes já saíam tocando seu instrumento.


Participantes da Oficina Ylu Brazil - Confecção de xequerês
09.01.2010

Renata Gobatti

5 de janeiro de 2010

Projeto Ylu Brazil ensina confeccionar xequerês no Sesc Pinheiros

A atividade de férias é uma ótima opção de aprendizado e lazer direcionada à todos os públicos

Fotos: Renata Gobatti

Os xequerês são feitos de cabaças e miçangas

Durante as tardes de 9 e 10 de janeiro, das 15 às 18 horas, o Projeto Ylu Brazil – coordenado pelo músico e luthier Afonsinho Menino, membro da Cooperativa de Música de São Paulo - ensinará a arte de confeccionar xequerês a crianças, jovens, adultos e idosos, na Sala de Oficinas do Sesc Pinheiros. Os interessados devem procurar a unidade do Serviço Social do Comércio para efetuar sua matrícula. Cada turma será formada por 25 pessoas.

Como atividade ludopedagógica de férias, o ritmo da oficina será determinado pelo participante. Após breve apresentação da cultura do instrumento percussivo, Afonsinho Menino ensinará como construir o xequerê e a partir de quais materiais isso poderá ser feito, encerrando a aula com uma mostra rítmica. Assim, além de preparar seu próprio instrumento, o aluno sairá da sala de música tocando-o.

Não é preciso ter conhecimento prévio. A metodologia usada é bastante didática, permitindo o desenvolvimento da habilidade dos inscritos e o acompanhamento de todos, independentemente da idade.

Tradicionalmente, o xequerê é confeccionado de cabaça e contas externas (miçangas, sementes ou outro material que emite o som ao se chocar com a cabaça), envoltos em uma espécie de trançado feito de barbante ou linha. Ele é muito comum nos cultos afro-brasileiros além dos cortejos de maracatu e Afoxés baianos.


Renata Gobatti