2 de junho de 2010

Artista popular ocupa Praça Roosevelt para criação do Cordão Zabumbando

Afonsinho Menino comandará os ensaios abertos, todos os domingos de junho

Acreditando que a promoção artística seja meio de gerar a reflexão crítica, a cultura de paz, a liberdade de expressão e o fortalecimento da cidadania – fundamentais para o desenvolvimento integral humano – o artista popular Afonsinho Menino, idealizador do Projeto Ylu Brazil, cria agora o Cordão Zabumbando.

O objetivo da iniciativa cultural é promover um ajuntamento de pessoas na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, interessadas em participar espontaneamente de uma das manifestações mais difundidas no País: o bumba-meu-boi ou boi-bumbá. Para isso, se disponibiliza a ensinar os acordes das músicas, gratuitamente, todos os domingos de junho, das 15 às 17h, para formação de um corpo musical harmônico. O primeiro está marcado para o próximo dia 6.

Em contrapartida, o brincante deve levar seu próprio instrumento. E, caso não tenha, vale até improvisar com materiais reciclados, inventando ganzás, matracas, reco-recos ou outros tipos de instrumentos percussivos. É necessário ainda que o integrante tenha mais de 18 anos ou, se menor, esteja acompanhado da família.


Para participar, vale até improvisar o instrumento



“O importante é integrar ao grupo e participar dos ensaios, para que no dia 4 de julho o Cordão Zabumbando saia em cortejo pelo bairro do Bexiga, partindo da Praça Roosevelt, passando pelas ruas Santo Antonio e 13 de Maio, até chegar a Praça Dom Orione”, afirma Afonsinho.

Assim, o Cordão Zabumbando surge como forma de valorização e divulgação da manifestação junina na cidade de São Paulo, numa relação de proximidade com o público – que deixa de ser apenas espectador e passa a ser também co-participante da brincadeira ao imergir na vivência representativa dos valores éticos, estéticos e culturais brasileiros.


O BUMBA-MEU-BOI

A brincadeira do bumba-meu-boi faz parte dos festejos juninos

A provável origem do Bumba-Meu-Boi é o Nordeste das últimas décadas do século XVIII, quando a criação de gado era feita por colonizadores, com mão-de-obra escrava. Nas fazendas, as tradições africanas teriam se misturado às européias, incorporando ainda, em certas regiões, elementos indígenas. Essa representação – metáfora do ciclo agrário – é realizada tanto nos festejos juninos quanto nos de Natal.

O auto conta basicamente a história de Pai Chico, empregado da fazenda, que rouba o boi preferido do patrão para satisfazer os desejos de Catirina, sua mulher grávida. O proprietário manda os vaqueiros de confiança procurar o boi. O animal é encontrado doente, pois estava sem a língua que Catirina comeu, mas é curado por um milagre na fazenda depois de rituais de pajelança, rezas e da visita do veterinário. Ao saber o motivo do roubo, o fazendeiro perdoa Pai Chico e Catirina e promove uma grande festa onde todos dançam comemorando o ressurgimento da vida do boi.

Renata Gobatti

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